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OPINIÃO: balbúrdia da Conmebol ficará eternizada na história da Copa América

Caos se formou com direito a prisões, agressões e pessoas pisoteadas
Caos se formou com direito a prisões, agressões e pessoas pisoteadasProfimedia
O que aconteceu neste domingo (14), em Miami, antes da final da Copa América, marcada para acontecer no Hard Rock Stadium, foi desastroso.

Não bastando os problemas anteriores apresentados pela organização no que se refere à segurança e condição dos gramados, isso para citar somente dois aspectos, o que foi visto e feito, de forma lamentável, conseguiu ser superado a ponto de entrar, negativamente, para história da competição. 

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A partida entre Argentina e Colômbia, que deveria começar às 21h, foi ver a bola rolar às 22h22. Um tumulto provocado, em parte, por torcedores sem ingressos, que tentaram acessar o estádio, desencadeou uma grande confusão com direito a prisões, corre-corre, pessoas agredidas e pisoteadas e enormes filas do lado de fora faltando pouco tempo para o jogo começar. Um cenário que será lembrado por décadas. 

A festa pedida por Lionel Scaloni, um dia antes da final, passou longe de acontecer. Na sexta-feira (12), Marcelo Bielsa, técnico do Uruguai, falou em vergonha para se referir à organização da edição 2024 da Copa América, opinião compartilhada por Jesse Marsch, técnico do Canadá. O que se viu neste domingo foi além disso, manchando todo um torneio e seus (ir) responsáveis. 

A CONMEBOL não teve outra alternativa a não ser adiar o início do jogo por mais de uma vez. A garantia de que não haveria um atraso além dos 30 minutos ficou só na palavra, que segue valendo de pouco de tal entidade.

A organização escancarou seus defeitos e problemas, indo além dos anteriormente conhecidos há anos, com a falta de punição aos atos de racismo sendo apenas um deles

O atraso de 30 minutos virou 45, depois 60, antes de 75 e 80 minutos mostrarem como a organização se mostrava perdida. Enquanto isso, torcedores, familiares e imprensa tentavam acessar a parte interna do estádio, em um desespero de quem só queria trabalhar ou ver um bom jogo de futebol. Uma experiência traumática, no mínimo. 

Torcedores com ingressos em mãos não conseguiram entrar depois de toda a capacidade do estádio ser preenchida. Outros, sem bilhetes, conseguiram o acesso, denunciando toda a desorganização. Já imaginou isso acontecendo em uma Copa do Mundo? 

A CONMEBOL tem culpa direta no caos formado. Uma organização decente e responsável criaria, no entorno do estádio, uma área de segurança, permitindo o acesso somente com quem tinha ingressos em mãos. Algo básico para qualquer evento deste porte. 

A entidade se limitou a emitir nota informando que somente os torcedores com ingressos deveriam acessar o estádio, uma inútil explicação. 

A permissividade da entidade contribuiu para que uma balbúrdia se formasse. Faltaram planejamento e capacidade para alinhar o que era necessário com membros das forças de segurança, como estabelecer um perímetro de acesso ao redor do estádio.

O comentarista Ricardinho, do Sportv, chegou a informar que amigos pessoais entraram no jogo entre Brasil x Uruguai sem apresentar seus ingressos, mostrando um problema primário de organização. 

Dentro do estádio, quem conseguiu entrar precisou ter paciência e passar por apuros. Fico imaginando nas pessoas acompanhadas por crianças e idosos, sem falar dos com mobilidade reduzida.

O meio-campo MacAllister, da Argentina, deixou o vestiário, antes do jogo, para ajudar no acesso de seus familiares, um caos na cabeça de um jogador prestes a jogar uma final. Algo tão surreal que muitos irão duvidar se não for comprovado com depoimentos e vídeos. 

O absurdo criado pela CONMEBOL não será esquecido tão cedo. E estamos falando da próxima sede da Copa do Mundo, com muito a ser melhorado em diversos aspectos para receber seleções e torcedores de várias partes do mundo.

Em dois anos, há um longo caminho a ser melhorado para passar confiança e terminar um dos maiores eventos esportivos do mundo com algum sucesso, algo que ficou longe de acontecer nos Estados Unidos. 

Daniel Ottoni é editor sênior do Flashscore Brasil
Daniel Ottoni é editor sênior do Flashscore BrasilFlashscore