OPINIÃO: É o começo do fim para Neymar, e ele não deixará saudades
A derrocada vai além do tornozelo bichado, que, segundo a Universidade de São Paulo, é o problema que mais afasta jogadores dos gramados. Mesmo saudável, Neymar não faz a diferença pelos times por onde passa já faz tempo.
Repare que mesmo seus lances de gênio, como o gol contra a Croácia no Mundial do Catar, são cada vez mais raros.
Ele não se transformou no camisa 10 que os amantes do futebol sonhavam, ou esperavam, que ele seria.
A Bola de Ouro que ele tanto sonhou em ganhar foi ficando cada vez mais longe da realidade.
Como ficou a Copa do Mundo, ou o protagonismo que ele tanto buscou nos times europeus.
Nem mesmo a tal "Neymardependência" da Seleção se materializou – já que, na melhor das hipóteses, tudo não passou de uma limitação do hoje demitido treinador Tite ou, na pior, foi mesmo um delírio coletivo que acreditava que Ney era o salvador da pátria.
Ele foi o maior nome da pior sequência do Brasil na história dos Mundiais. Seus números não são ruins, é verdade: em 12 jogos, ele perdeu apenas um, fez sete gols e deu três assistências. Em 2014, por estar (novamente) machucado, não participou do desastre do 7 a 1. Mas Ney foi o líder do time nos vexames de 2018 e 2022 e naufragou em todas as Copas.
Seu grande feito pela Seleção foi a medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio, o que não é nada que se compare ao que já conquistaram seus companheiros Mbappé e Messi.
No Barcelona, ele sempre brilhou como coadjuvante. No PSG jamais chegou perto de justificar ser a contratação mais cara do futebol.
O garoto do Santos, que deslumbrava e nos enchia de esperanças, desabrochou apenas em partes. E na contramão do que acontece dentro de campo, há quesito que não perde força com o tempo: a antipatia.
O que começou apenas com uma aversão ao cai-cai, descambou hoje para repulsa ao redor do planeta. A ponto de ter jogador campeão mundial na França dizendo que ficou feliz com sua mais recente contusão. A ponto também de uma infinidade de brasileiros terem comemorado publicamente sua contusão na última Copa do Mundo.
Festas-ostentação, militância política em prol da extrema-direita, aparição em carnaval após um cartão vermelho, acusação de sonegação de imposto, posts alienados no Instagram, réveillons em Mangaratiba cheio de convidados em meio à pandemia...
Mas o pior para o ex-santista é que, como bem sabe o técnico do PSG, o time de Neymar está melhor sem ele.
Está chegando a hora de partir para a liga árabe? Será que ele segue o caminho de seu parceiro Daniel Alves e volta para o Brasil? Ou Ney ainda pode brilhar em times menos ricos da Europa?
De qualquer forma, o melhor Neymar já passou.
Informação: Segundo o PSG, o brasileiro vai ficar de três a quatro meses se recuperando de uma operação no tornozelo. Ele sofreu esta última contusão no dia 20 de fevereiro, na vitória sobre o Lille, pela Ligue 1. A cirurgia deve reparar os ligamentos para evitar novas lesões na região.