Paris teme que Champs-Élysées vire “guerra civil” na semi da Copa
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Jeanne d'Hauteserre, subprefeita do 8º arrondissement, disse que teme que "a bela avenida do mundo" possa testemunhar cenas de "guerra civil" após a partida.
"Na quarta-feira, todos temem uma guerra, uma guerra de guerrilha, uma guerra civil, e não queremos que a Champs-Élysées seja transformada em um campo de batalha", disse ela à emissora francesa CNews nesta terça-feira (13).
A subprefeita disse também que seria “prudente” fechar a Champs-Élysées durante e após o jogo desta quarta-feira. A medida, segundo ela, já foi tomada para a noite de Réveillon.
A avenida é o local tradicional onde torcedores de futebol comemoram títulos, assim como é a Avenida Paulista em São Paulo, por exemplo.
Paris vai mobilizar 2.000 policiais por toda a cidade durante a semifinal, mas d'Hauteserre disse que o número seria "insuficiente".
"Quando você quer comemorar uma vitória, você não traz morteiros. Mas estas pessoas na verdade só vêm para vandalizar com barras de ferro”, opinou.
Após Marrocos vencer Portugal nas quartas de final da Copa, cerca de 20.000 torcedores tomaram a Champs-Elysées para celebrar a inédita classificação de uma seleção africana para a semifinal de um Mundial.
O ambiente foi festivo, mas naquela noite, mais tarde, confrontos esporádicos eclodiram entre alguns torcedores e policiais, que chegaram a disparar gás lacrimogêneo contra a multidão. Várias lojas foram danificadas, carros foram incendiados e 100 pessoas foram presas.
A comunidade marroquina da França é composta por cerca de 1,5 milhão de pessoas. A exemplo do técnico do Marrocos, Walid Regragui, metade deles têm dupla cidadania.
"Eu tenho dupla cidadania. É uma honra e um prazer jogar contra a França, mas é apenas futebol. Estou aqui como treinador de futebol e o que me interessa é vencer", disse Regragui, que nasceu em um subúrbio de Paris, na véspera da semifinal.