Paul Pogba e cinco outros casos de doping que abalaram o mundo do futebol
A decisão veio nesta quinta-feira (29), com o atleta jurando inocência e prometendo recorrer junto à Corte Arbitral do Esporte.
O caso de Pogba é apenas um dos que envolve vários jogadores de futebol que também caíram no exame anti-doping e precisaram lidar com a desconfortável situação de serem obrigados a se afastar dos gramados por uma decisão da justiça.
Paul Pogba (Testosterona)
O francês provavelmente receberá uma das sanções mais duras contra o doping na memória recente. Pogba, de 30 anos, recebeu nada menos que uma proibição de quatro anos por usar testosterona para melhorar seu desempenho esportivo.
Tudo veio à tona após um teste realizado durante o jogo entre Udinese e Juventus em agosto passado, no qual os "bianconeri" venceram por 3 a 0. Naquele dia, o meio-campista francês permaneceu no banco de reservas sem jogar um minuto sequer.
A testosterona melhora o desempenho em disciplinas de força e potência, como o futebol, graças ao seu efeito positivo no desenvolvimento da força, hipertrofia, velocidade e capacidade de recuperação. Ela também aumenta a resistência.
André Onana (Furosemida)
Outro caso bastante recente que também causou grande impacto foi o do goleiro camaronês André Onana, de 27 anos. Em 2021, enquanto jogava pelo Ajax, o africano foi banido por 12 meses devido à detecção de furosemida em sua urina durante um exame antidoping fora de competição em 30 de outubro de 2020.
A proibição acabou sendo reduzida para nove meses e o goleiro admitiu que ficou profundamente envergonhado com a decisão: "Fiquei em choque. Não foi uma desculpa que acabei de inventar, eu não estava tentando trapacear, foi um erro estúpido", disse ele.
A furosemida é totalmente proibida pela Agência Mundial Antidoping (WADA) por ser considerada um "agente mascarador". Devido à sua natureza diurética, pode facilitar a eliminação de outras substâncias dopantes.
Adrian Mutu (Cocaína e sibutramina)
O romeno é um dos mais ilustres reincidentes da primeira década do século XXI. Ele testou positivo para cocaína pela primeira vez em 2004, quando fazia parte da equipe do Chelsea. José Mourinho solicitou um controle de doping e os resultados revelaram o consumo da substância, posteriormente reconhecido pelo jogador de futebol. Por fim, esse deslize resultou em uma multa de 17 milhões de euros, que ele teve de pagar ao clube londrino por quebra de contrato.
Sua segunda violação das regras veio à tona em 2010, enquanto jogava pela Fiorentina, quando testou positivo para sibutramina, um produto que ajuda a inibir a sensação de fome e a promover a perda de peso. Por esse motivo, o Comitê Olímpico Nacional Italiano (CONI) impôs uma suspensão de nove meses.
Carlos Gurpegui (19-norandrosterona)
Um dos maiores astros do Athletic Bilbao na era recente começou uma provação em 2002 que durou até 2008, quando ele voltou como titular em uma partida do Campeonato Espanhol contra o Real Madrid, no Santiago Bernabeé, depois de dois anos afastado das competições.
Gurpegui, hoje com 43 anos, testou positivo em setembro de 2002 em um exame antidoping após jogar contra a Real Sociedad, na primeira rodada do campeonato nacional espanhol. Os testes encontraram uma quantidade maior do que a permitida de 19-norandrosterona, o principal metabólito da nandrolona.
Pep Guardiola (Nandrolona)
O ex-jogador e ex-técnico do Barcelona testou positivo para nandrolona durante sua passagem pelo Brescia. Em 22 de novembro de 2001, a CONI informou que o meio-campista catalão havia testado positivo em um teste realizado após uma partida contra o Piacenza. A Comissão Disciplinar da Liga Italiana o suspendeu por precaução.
No final, Guardiola, hoje com 53 anos, teve de cumprir uma suspensão de quatro meses e pagar uma multa de 50.000 euros. Posteriormente, em 2005, o Tribunal de Justiça de Brescia o condenou a sete meses de prisão por seu teste positivo. Em 2007, o Tribunal de Apelação de Brescia o absolveu.
A nandrolona é um agente anabólico proibido no esporte desde a década de 1980 devido à sua capacidade de ajudar a reconstruir tecidos e facilitar o desenvolvimento muscular, o que confere uma vantagem em esportes que envolvem força e velocidade.
Diego Armando Maradona (Cocaína e efedrina)
A grande maioria dos fãs de futebol deve se lembrar, ou já viu, as imagens do falecido Maradona saindo prematuramente da Copa do Mundo de 1994 nos Estados Unidos.
Diego foi forçado a deixar a equipe argentina desfalcada porque testou positivo para efedrina, uma substância que ele deve ter usado para acelerar o processo de recuperação de uma lesão que quase o impediu de jogar naquela Copa do Mundo.
Essa substância é considerada um estimulante do sistema nervoso central, um efeito que a torna proibida. Esse episódio praticamente encerrou sua carreira.
Três anos antes, em 1991, seu vício em cocaína o levou a não passar em um exame antidoping após uma partida entre Napoli e Bari. Cada uma das sanções impostas a ele por esses dois casos durou 15 meses.