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Polícia não vê crimes no Cruzeiro e Itair afirma: "meu erro foi ganhar títulos"

Josias Pereira
Ex-dirigente do Cruzeiro, Itair comentou conclusão de inquérito da Polícia Civil
Ex-dirigente do Cruzeiro, Itair comentou conclusão de inquérito da Polícia CivilVipcomm/Divulgação
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que não houve crimes em contratos de jogadores negociados pela administração do Cruzeiro formada pelo ex-presidente Wagner Pires de Sá e os dirigentes Itair Machado e Sérgio Nonato. Os nomes, apontados como os responsáveis por afundar o time estrelado na maior crise financeira de sua história, não foram indiciados.

A Polícia Civil investigou as negociações no Cruzeiro envolvendo o meia Arrascaeta, os laterais Orejuela e Patrick Brey, os goleiros Gabriel Brazão e Vinícius, além do atacante Renato Kayzer. Os agentes envolvdidos nas transferências também não foram indiciados pela Polícia Civil. 

"Ao que se vislumbra até o momento, não há elementos que possibilitem o convencimento de que os investigados agiram no intento de ter vantagem ilícita mediante fraudes contratuais. O limite entre o ilícito civil e o ilícito penal consiste, por exemplo, estelionato e um mero desacordo comercial ou uma negociação desvantajosa. Assim, para atuação do direito penal, não podemos ter dúvidas do caráter penal da conduta praticada nos contratos analisados, o que não ficou evidenciado nos autos", aponta o delegado Magno Machado Nogueira, em relatório divulgado pela Rádio Itatiaia. 

O pedido de inquérito partiu do Cruzeiro em 2021, mas o clube não apresentou provas suficientes para que os procedimentos executados na antiga gestão fossem configurados crimes. Em um trecho do relatório, o delegado Magno Machado Nogueira afirma ainda que as movimentações podem ser questionadas na esfera cível, mas não na criminal. 

"Sendo o Cruzeiro Esporte Clube uma entidade de direito privado, entendemos que as questões contratuais devem ser resolvidas através de outros ramos do direito. Destaca-se que não foram encontrados fatos típicos dentro os contratos analisados, razão pela qual não encontramos elementos de convicção para proceder o indiciamento dos investigados", reforça a autoridade policial no relatório, que foi concluído no ano passado. 

Itair Machado se pronuncia ao Flashscore

Uma das figuras centrais da ira da torcida celeste durante os anos que se sucederam à queda do Cruzeiro e também na fatídica temporada 2019, o ex-vice-presidente de futebol Itair Machado falou com a reportagem do Flashscore sobre a sentença e se mostrou aliviado com o resultado das apurações, naquilo que o ex-cartola qualificou como uma "injustiça" durante seu trabalho no clube. 

"A única coisa errada que fiz no Cruzeiro foi sempre ter pago os salários dos jogadores e funcionários rigorosamente em dia e ter ganhado vários títulos. Além de captar R$ 10 milhões em média por mês porque o clube já estava quebrado na gestão anterior", disse Itair. 

O depoimento de Itair, no entanto, apresenta incongruências de acordo com ex-funcionários do clube, já que a partir de junho de 2019, os vencimentos no clube começaram a atrasar. Desde abril do referido ano, o Cruzeiro também parou de recolher o FGTS. 

Itair, no entanto, não está totalmente ileso. Um outro inquérito está em andamento na Polícia Civil envolvendo a antiga gestão do Cruzeiro. Uma ação contra o ex-vice-presidente de futebol e Wagner Pires de Sá, além de outros dirigentes e empresários, estão sendo investigados por acusações como lavagem de dinheiro e organização criminosa.