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Ponta Elián se destaca como central e entra na seleção do Sul-Americano de vôlei

Daniel Ottoni
Elián aprovou seu desempenho como central
Elián aprovou seu desempenho como centralJonatan Oliveira
Uma das maiores surpresas do Sul-Americano masculino de vôlei, que terminou neste domingo em Araguari, foi a presença do cubano Elián (23), do Itambé Minas, na seleção do campeonato. Contratado pelo clube da Rua da Bahia como ponta, ele precisou "quebrar o galho" como meio-de-rede, correspondendo muito bem em uma função não tão nova assim. Na decisão do torneio, o Minas perdeu para o rival Sada Cruzeiro, por 3 a 1, mas se garantiu no Mundial de Clubes, que vai acontecer entre 6 e 10 de dezembro, na Índia.

A chance para Elián surgiu com a ausência, nas últimas semanas, dos centrais Pinta (dores no joelho) e Kelvi (cirurgia na vesícula), deixando apenas Juninho e Wilmot como disponíveis. O técnico Nery Tambeiro precisava se virar e olhou para dentro do elenco para encontrar uma solução. A qualidade e a força física de Elián, aliado ao fato de já ter atuado como central, não deixaram dúvidas para o treinador achar a alternativa que precisava. 

Inicialmente, a ideia não foi assimilada com tanta naturalidade pelo jogador. O próprio técnico Nery Tambeiro indica uma pequena resistência em um primeiro momento. Elián sabia que estava diante de uma oportunidade dentro de uma temporada em que não tem jogado como queria na entrada de rede. Marcus e Honorato têm feito o papel de titulares, forçando o cubano a se desdobrar nos treinos para receber chances como ponta. 

"Tive algumas dúvidas no começo, mas consegui me sentir à vontade. Joguei de central por muitos anos, desde quando eu era mais jovem e sabia da importância de fazer isso para ajudar o time. Acho que fui muito bem, não recebi o troféu de segundo melhor central do campeonato à toa. Gostei muito do meu desempenho. Sou muito exigente comigo mesmo e queria dado ainda mais.", admite o jogador. 

O cubano teve apenas uma semana para se ambientar à "nova" posição, tendo o auxílio de quem atua por ali com mais frequência. "Recebi muitas dicas, o tempo para adaptação foi pequeno. O Pinta me ajudou com as passadas, angulações de ataque e leituras de bloqueio. O Nery é um bom formador de atletas, me deu muitas ferramentas para estar preparado" , conta. 

Elián em ação, como central, no Sul-Americano
Elián em ação, como central, no Sul-AmericanoBruno Cunha

Qualidade, passado e talento

Um dos fatores que fez Elián ser deslocado para o meio de rede foi sua dificuldade como passador, missão fundamental para um ponteiro de alto nível. O técnico Nery Tambeiro lembrou que o atleta teve poucas chances de atuar como ponta em temporadas inteiras, buscando aproveitar um atleta de qualidade no seu elenco em uma nova função. 

Elián, quando chegou ao Minas pela primeira vez na carreira, vindo de Cuba, em 2017, também atuava como central, antes de se aventurar na entrada de rede. "Buscamos uma forma de aproveitá-lo na equipe, é um jogador com capacidade física enorme, é um atacante diferenciado e gostaríamos dele nos ajudando. Só tínhamos dois centrais e fiz a ele este pedido, lembrando que ele poderia ser ainda mais útil no futuro. Foi por uma necessidade.

"Ele topou e veio com a gente. Foi um saldo muito bom, ele gostou da experiência e nos ajudou, foi um desfecho feliz. Vamos ver se conseguimos melhorar ainda mais, ir nesta direção. Ele nos deu uma situação diferente da que tínhamos", avalia o treinador. 

Apesar da indireta do treinador, Elián pensa, inicialmente, em seguir como ponta. "Quero seguir nesta posição por mais dois anos e ver o que acontece", afirma. 

Elián atacando bola de meio durante aquecimento do Sul-Americano
Elián atacando bola de meio durante aquecimento do Sul-AmericanoBruno Cunha