Preparação física será quebra-cabeça a resolver para seleções da Copa

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Preparação física será quebra-cabeça a resolver para seleções da Copa

Preparação física será quebra-cabeça a resolver para seleções da Copa
Preparação física será quebra-cabeça a resolver para seleções da CopaAFP
Preparar uma Copa do Mundo em apenas uma semana é o desafio dos países classificados para o Mundial de 2022 (20 de novembro a 18 de dezembro), onde os jogadores chegarão sem um período de preparação nem amistosos, com o risco de se apresentarem condições físicas diferentes e de "grandes surpresas" no aspecto esportivo.

Enquanto as seleções iniciaram nesta semana sua última data Fifa antes da Copa, o calendário atípico e sobrecarregado antes do torneio, disputado pela primeira vez no final do ano, não deixará margem para erro a nenhuma das 32 equipes.

Entre o último fim de semana dos campeonatos nacionais, em 12 e 13 de novembro, e o jogo de abertura da Copa entre Catar e Equador, os jogadores terão apenas sete dias de preparação, ao invés das habituais três semanas.

"Os técnicos vão ter que se adaptar e rezar", diz à AFP Nicolas Dyon, preparador físico com passagens em vários clubes da França, como Nice, Rennes e Saint-Etienne, que considera que a forma física dos atletas estará nas mãos de cada clube. "É muito problemático em termos de fisiologia e rendimento. É como jogar no cara ou coroa".

"Lamentável"

Os treinadores tentam relativizar, destacando que todos estarão nas mesmas condições. "O fato de não ter a possibilidade de disputar um jogos antes do torneio é lamentável", disse na semana passada o comandante da seleção da França, Didier Deschamps.

"Não muda meu modo de trabalhar. Como é algo que condiciona todos os treinadores, não perco energia. Quanto tempo tenho para trabalhar? Três dias? Três dias. Uma semana? Uma semana. Se pudesse ser um mês, seria maravilhoso, mas também entendo que parar os campeonatos e dar um tempo para que as seleções se preparem deixa todos com o mesmo problema, então é justo", declarou o técnico da Espanha, Luis Enrique.

Se a França, atual campeã do mundo, que estreia dia 22 de novembro contra a Austrália, não pensa em disputar um amistoso, não é o caso da Alemanha, que vai estrear um dia depois.

A tetracampeã mundial planeja uma mini etapa de preparação em Omã de 14 a 17 de novembro, com um amistoso contra a seleção desse país no dia 16.

A Argentina jogará nessa mesma data outro amistoso contra os Emirados Árabes Unidos; um dia depois, é a vez da Espanha enfrentar a Jordânia em Amã, enquanto Portugal encara a Nigéria.

"A preparação do Mundial é completamente diferente das edições anteriores. Temos menos tempo", declarou Olivier Bierhoff, diretor esportivo da seleção alemã.

Benefício para as equipes menores

Outras seleções, como o Catar, terão seus jogadores liberados mais cedo por seus clubes para terem mais tempo de preparação, o que promete uma grande disparidade física entre uma equipe e outra.

"Minha opinião é que vamos ter grandes surpresas no Mundial. Times que não estão entre os favoritos estarão em grande forma", analisa Nicolas Dyon, ex-preparador físico da seleção do Catar no início dos anos 2000. "Vamos a um país com muitas incertezas em termos de umidade. Como os jogadores vão se adaptar? As equipes pequenas podem se aproveitar de tudo isso".

O técnico da Seleção Brasileira, Tite, já explicou que será obrigado a escolher os jogadores em função da sua forma física, independentemente de seu status, e Deschamps opinou o mesmo quando advertiu que só convocará Paul Pogba, que se recupera de uma cirurgia no joelho, se estiver totalmente "apto".

"Nosso primeiro jogo será só dez dias depois da chegada dos jogadores na concentração. Por isso, ou está em forma ou não entra na lista", advertiu Tite em entrevista à TV Bandeirantes.

O único aspecto positivo de uma Copa no meio da temporada europeia será que os os jogadores estarão menos cansados, sem o peso de um ano inteiro nas pernas.

"Os jogadores vão estar menos fadigados, física e mentalmente", considerou Cléber Xavier, assistente de Tite, ao site ge.

"Não será possível dizer que jogaram 60 jogos", confirmou Nicolas Dyon, que no entanto adverte que a forma física dos jogadores "depende de terem feito uma grande preparação na pré-temporada".