"No Dia Internacional da Mulher, temos algo importante para dizer. A Federação Panamenha de Futebol lamenta o termo infeliz usado pelo nosso presidente, Manuel Arias", disse a organização em comunicado.

A nota foi publicada depois de Marta Cox ameaçou encerrar sua passagem pela seleção, na qual é a principal figura.

A jogadora do Tijuana, do México, foi a primeira a marcar um gol pelo seu país em uma edição de Copa do Mundo. De forma espetacular, contra a França, ela acertou um chute de 35 metros de distância na edição do torneio de 2023.

"Considero que foram utilizadas palavras para me descrever que me feriram e foram inesperadas. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para sublinhar que, se este tipo de situação se tornar constante, não voltarei à seleção nacional", disse Cox.

A polêmica surgiu porque a jogadora de 26 anos criticou a liga feminina panamenha após a eliminação na Copa Ouro, quando as "Canaleras" perderam as três partidas da fase de grupos para Colômbia (6 a 0), Porto Rico (2 a 1) e Brasil (5 a 0).

Arrependimento posterior

Dado o pobre rendimento, o presidente da Federação Panamenha de Futebo, Manuel Arias, chamou a jogadora de "gorda" e afirmou que ela estava "fora de forma".

"Ela está fora de forma e gorda. Não consegue se mexer em campo", disse o dirigente à imprensa local.

O Panamá tem uma liga feminina amadora, criada em 2017, na qual a maioria das jogadoras não recebe salário, nem tem grandes estádios ou centros de alto rendimento.

"A minha intenção era expressar-me de forma objetiva e sincera", assegurou Marta Cox.

No final, Manuel Araias pediu desculpas em comunicado. "Nunca foi minha intenção degradá-la ou discriminá-la, muito menos impedí-la de defender a seleção nacional. Quem sou eu para fazer isso, se o futebol feminino para mim, no Panamá, chama-se Marta Cox? Nós queremos o melhor para o futebol panamenho", concluiu.