O atleta de 37 anos, que já venceu 15 de suas 17 maratonas na carreira, incluindo dois ouros olímpicos e 10 títulos importantes, protagonizou uma corrida à parte na capital alemã. Kipchoge estabeleceu um ritmo alucinante ao longo do percurso plano, no centro da cidade, vencendo em um dia nublado e se consolidando como o maior maratonista de todos os tempos.

"Estou feliz com a minha preparação e acho que fui tão rápido por causa do trabalho em equipe", disse Kipchoge. "Tudo depende do trabalho em equipe. Eu planejei sair rápido na primeira parte da prova. Pensei em tentar correr rápido. Foi uma performance maravilhosa. Minhas pernas e meu corpo ainda parecem jovens. Mas o mais importante é minha mente, que também parece jovem e fresca. Estou muito feliz por quebrar o recorde mundial", acrescentou o corredor queniano. 

Poucos corredores conseguiram acompanhar os tempos fracionados de menos de três minutos nos estágios iniciais de Kipchoge.

Ele gradualmente se livrou do vencedor do ano passado, Guye Adola, mas o também etíope Andamlak Belihu foi páreo duro, acompanhando o queniano até onde conseguiu. Juntos, eles percorreram metade da prova em menos de uma hora.

Mas Belihu finalmente recuou em torno da marca de 27 quilômetros, enquanto Kipchoge já tentava o recorde mundial. 

O queniano, campeão olímpico, ficou aquém de sua marca mundial por pouco mais de um minuto na Maratona de Tóquio, em março, mas quebrou seu próprio recorde em Berlim.

Depois de desacelerar um pouco na segunda metade da corrida, ele deu um sprint final, acelerando próximo à marca de 500 metros para o fim da maratona.

Passando pelo icônico Portão de Brandemburgo assim que o sol começou a surgir, um radiante Kipchoge cruzou a linha de chegada para estabelecer outro recorde.

Kipchoge é o único homem a correr uma maratona de menos de duas horas quando marcou 1:59.40 em uma pista especialmente projetada em Viena, em 2019, mas o tempo não é oficialmente reconhecido, pois não foi definido em competição.

Questionado se ele tentaria uma corrida de menos de duas horas em Berlim no próximo ano, Kipchoge disse: "Vamos planejar isso outro dia. Eu preciso comemorar este recorde e tenho que ver o que vai acontecer", simplificou o corredor, destacando sua condição física.

"Ainda há mais nas minhas pernas. Espero que o futuro seja ótimo. Minha mente ainda está se movendo, o corpo ainda absorvendo o treinamento", finalizou Kipchoge.

O também queniano Mark Korir completou a dobradinha para a nação africana, terminando a prova na segunda posição, quatro minutos e 49 segundos atrás de Kipchoge. O etíope Tadu Abate foi o terceiro colocado.

A etíope Tigist Assefa foi a surpresa da prova feminina, vencendo em 2h15min37seg, o terceiro tempo mais rápido da história. Apenas a recordista Brigid Kosgei, do Quênia, e a britânica Paula Radcliffe correram maratonas mais rápidas. A queniana Rosemary Wanjiru ficou em segundo lugar, à frente da etíope Tigist Abayechew.