O sucesso da candidatura de Salt Lake City era algo esperado, já que a cidade de Utah, que sediou os Jogos em 2002, era a única candidata a sediar o espetáculo dos esportes de inverno. Mas, em uma reviravolta dramática, os chefes olímpicos disseram que os Jogos poderiam ser revogados se os legisladores dos EUA e a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) não se alinhassem.
John Coates, presidente da comissão jurídica do COI, disse que o contrato da cidade anfitriã que confirmava o direito de Salt Lake de organizar os Jogos havia sido alterado para permitir que o COI cancelasse os Jogos se as autoridades dos EUA não respeitassem a "autoridade suprema" da WADA. Coates disse que era "obrigatório, e enfatizo a palavra obrigatório" que as autoridades dos EUA respeitassem a WADA.
"O COI reforçou a linguagem atual do contrato de sede olímpica a fim de proteger a integridade do sistema antidoping internacional e permitir que o COI rescinda - rescinda - o contrato de sede olímpica nos casos em que a autoridade suprema da Agência Mundial Antidoping .... não for totalmente respeitada ou se a aplicação do código mundial antidoping for impedida ou prejudicada", disse Coates.
A USADA tem sido uma crítica veemente da WADA durante grande parte da última década, e essas tensões aumentaram este ano depois que relatórios em abril revelaram que 23 nadadores chineses haviam testado positivo antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2021, mas foram posteriormente liberados para competir nos Jogos.
O chefe da USADA, Travis Tygart, acusou a WADA de encobrir os casos, que a China atribuiu à contaminação não intencional de alimentos. A WADA rejeitou com raiva as críticas da USADA, ameaçando com uma ação legal contra o órgão.
Na quarta-feira, Coates disse que tanto o Comitê Olímpico e Paraolímpico dos Estados Unidos (USOPC) quanto o estado de Utah concordaram com a reformulação do contrato da cidade-sede.