Scaloni superou desconfiança e levou Argentina à terra prometida
A Scaloneta. Sua formação tática ganhou até um apelido tamanha a sua influência. Em sua primeira Copa do Mundo, o técnico mais jovem do Mundial do Catar, com 44 anos, entrou para a galeria de técnicos históricos do futebol argentino, o rol de campeões do mundo que, até então, só possuía César Luis Menotti e Carlos Billardo.
Scaloni assumiu uma Argentina que acumulava decepções desde o título de 1986. Brigas internas, confusões, problemas com a Federação e resultados que sempre deixavam os torcedores com uma "pulga atrás da orelha", apesar da paixão irretocável.
Era para ser um tampão, um interino, mas Scaloni ganhou a confiança do grupo, da opinião pública e principalmente de Messi, oferecendo ao seu maior destaque o total controle das ações em campo. E mexeu no time, bancando alterações e uma formação tática ofensiva.
Os resultados vieram e principalmente o que os argentinos esperavam: taças. Com Scaloni no comando, em 2021, a Argentina encerrou um jejum de 28 anos sem títulos e conquistou a Copa América dentro do Brasil, vencendo a Seleção dentro do Maracanã por 1 a 0. Era o prenúncio.
Nas Eliminatórias, mesmo com o Brasil na ponta, a Argentina não sofreu. Uma classificação tranquila ao Catar. E, logo neste ano, em duelo direto com uma seleção europeia, os hermanos levaram a melhor sobre a Itália, a campeão da Euro, dentro de Wembley no torneio chamado "Finalíssima".
Mais um título.
A Argentina de Scaloni estava destinada ao sucesso. Mesmo que a jornada no Catar tenha se iniciado com um susto. A derrota para a Arábia Saudita era um sinal de alerta. E Scaloni recalculou a rota com precisão, encarando uma eliminação que parecia iminente e transformando a pressão em um caminho sólido e dominante até a consagração.
Diante da França, a Scaloneta viu seu primor. Duas linhas de quatro e sem medo de ser feliz. A Argentina entrou em campo no "veneno" e dominou a França sem dar trégua. Um campeão do mundo com C maiúsculo e com a alma de seu técnico. Scaloni superou os críticos, a desconfiança e construiu seu próprio caminho, um legado e a consolidação de sua inteligência como treinador. Ele é campeão do mundo. Tirando a Argentina de 36 anos da fila e entrando para a história de um país que respira, vive e idolatra o futebol.