Os jogadores iranianos permaneceram impassíveis durante o hino antes da derrota por 6 a 2 para a Inglaterra na segunda-feira, em um aparente gesto de solidariedade aos manifestantes antigovernamentais na república islâmica.

Um fotógrafo da AFP no estádio na sexta-feira testemunhou seguranças confiscando uma bandeira de um torcedor com o slogan de protesto "Mulher, Vida, Liberdade". Alguns torcedores iranianos choraram durante o hino nacional.

O atacante iraniano Mehdi Taremi negou na quinta-feira que seu time tenha sofrido "pressão" do governo para cantar o hino na Copa do Mundo.

"Não gosto de falar sobre questões políticas, mas não estamos sob nenhuma pressão", disse Taremi na véspera do jogo contra o País de Gales.

Protestos tomaram o País

O Irã foi abalado por dois meses de protestos em todo o país desde a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia da polícia moral em 16 de setembro.

Amini, uma iraniana de 22 anos de origem curda, morreu três dias depois de sua prisão em Teerã por uma suposta violação do código de vestimenta para mulheres, que inclui o véu hijab obrigatório.

A repressão desde a morte de Amini deixou pelo menos 400 pessoas mortas, de acordo com o grupo Iran Human Rights, com sede em Oslo.

A resposta do estado levou a perguntas sobre se a equipe representa o Irã ou o regime que governa com mão de ferro desde a Revolução Islâmica de 1979.