Sonhos Olímpicos: Caribé se apega a ditado da natação para faturar medalha em Paris
Na seletiva olímpica, realizada no começo de maio, no Rio de Janeiro, Caribé mostrou um forte ritmo já nas eliminatórias dos 100m livre (47s95), antes de confirmar, na final, o ouro e a vaga com 48s16. Ele também garantiu vaga nos 50m livre com o tempo de 21s88, levando o ouro e batendo o índice olímpico de 21s96.
“Não tenho como cravar que estarei na final. Em primeiro lugar, preciso nadar bem para estar lá, fazer três provas muito eficientes em um curto espaço de tempo. Se lá estiver, vale aquela famosa frase para a final: uma raia, uma chance", conta, com exclusividade, ao Flashscore.
Antes de cada prova, a superstição de beijar a careca do pai aparece para lhe dar uma dose extra de sorte. A construção dos últimos anos fortalece a confiança do atleta, natural de Salvador, que sabe que pode estar perto de fazer história. Não à toa Caribé é comparado com César Cielo, um dos maiores nomes da natação brasileira em todos os tempos, com um ouro (2008) e dois bronzes (2008 e 2012) no currículo.
"É algo inevitável e que não me incomoda. Como estou obtendo bons resultados nas provas que ele foi um dos maiores nadadores da história, as pessoas tendem a fazer essa comparação. Para mim, é algo que só me motiva a melhorar meus tempos", revela.
Virada de jogo
Caribé tem na memória o dia em que conseguiu um resultado que parece ter virado, ainda mais, o jogo a seu favor. "Quando nadei os 100 livre para 47´82 no final de 2022, passei a ser o 4° melhor nadador brasileiro da prova na história. Ali percebi que realmente estava no caminho certo. Depois disso, veio o título inédito do Troféu Brasil de 2023, o ouro no Pan e algumas passagens em revezamentos na casa dos 46'", lembra.
Estudando e treinando nos Estados Unidos, Caribé teve, na terra do Tio Sam, um upgrade na carreira que o permitiu se colocar entre os melhores do mundo. "Estou na Universidade do Tennesse desde o segundo semestre de 2022. Aqui eu consigo focar muito no que preciso fazer. Se não estou estudando, estou treinando. Não tenho nenhuma distração e isso já é algo importante.
"Além disso, a estrutura esportiva universitária nos Estados Unidos é muito melhor do que a brasileira. Minha universidade tem um dos melhores programas de velocidade para a natação. Tenho, como colegas de equipe, alguns dos melhores nadadores do mundo. Estar com eles diariamente tem me ajudado a evoluir muito", revela.
Por 14 anos, Caribé foi treinado pelo pai, Matheus Caribé, que teve grande importância na sua formação. "Meu pai foi, por anos, meu professor e depois meu preparador físico. Por causa disso, nunca tive como dar aquela matada em treino. Por outro lado, tinha na minha equipe alguém que me conhecia muito bem e sabia identificar como eu estava em cada treino. Foi algo muito importante para minha formação e evolução", conta, sabendo que um beijo na careca do pai antes da sonhada final francesa tem tudo para ser especial.