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Ons Jabeur exclusivo: top 10 fala sobre Wimbledon, Euro 2024 e torcida de futebol no tênis

Jabeur já venceu 4 partidas na temporada de grama deste ano
Jabeur já venceu 4 partidas na temporada de grama deste anoAFP
A tenista tunisiana Ons Jabeur, atual 10ª do mundo, revelou nesta quinta-feira (20) em Berlim para quem está torcendo na Euro 2024 e disse que gostaria que o tênis tivesse uma atmosfera na arquibancada mais parecida com a do futebol.

Jabeur falou com exclusividade ao Flashscore após se classificar para as quartas de final do WTA 500 da capital alemã, em seu caminho para tentar o inédito e tão sonhado título de Wimbledon.

A ex-número 2 do ranking duela no sábado (22) contra Coco Gauff, a atual número 2 do mundo, por uma vaga na semifinal do torneio. 

Trecho do papo com a melhor africana do tênis
Flashscore

Ons recebeu o Flashscore logo depois de sua entrevista coletiva, na qual ela discutiu suas derrotas em finais de Grand Slam, sua dor no joelho e a grama de Wimbledon. Confira abaixo os principais trechos.

Confira a entrevista com Ons Jabeur:

• Qual seu time na Euro 2024?

Todo mundo sabe que sou uma grande fã do Cristiano Ronaldo, então estou torcendo um pouco para Portugal. Também gosto da Inglaterra e da Itália, e como estou na Alemanha, vou torcer também para a Alemanha (risos).

Tento assistir e desfrutar dos jogos o máximo que consigo. Quando a Turquia ganhou (da Geórgia), parecia que eles tinham ganho a Euro aqui, todo mundo ficou doido. E a bandeira da Turquia lembra a da Tunísia, então quando eles estão ganhando finjo que é a Tunísia (risos).

• Você gostaria que o tênis tivesse uma atmosfera mais parecida com a do futebol?

Essa é uma pergunta difícil, porque não estamos acostumados com a galera cantando durante os pontos ou algo assim, mas qualquer coisa que (aconteça na torcida) sem ser durante os pontos seria incrível. Já tive essa experiência em algumas partidas e a atmosfera era inacreditável.

• Quando alguém grita "vamos, Ons" e você já está concentrada para o ponto, isso pode atrapalhar?

Não, sempre tomo isso como algo positivo. Como disse, gosto bastante quando a torcida canta, é bem legal ouvir.

Ons chegou às quartas em Nottingham antes de Berlim
Ons chegou às quartas em Nottingham antes de BerlimAFP

Stefanos Tsitisipas é obcecado com o ranking dele, enquanto Madison Keys acha isso uma distração. Qual sua relação com ranking?

No momento não estou fazendo muita conta, sinto que estou bem longe (do topo) por não ter ido tão bem no começo da temporada. Agora estou só tentando recuperar a confiança, me divertir em quadra, desfrutar do meu jogo e ser sólida como tenista. Todo mundo merece estar onde se está (no ranking), e a coisa mais importante é estar forte no ranking.

Bia Haddad disse que sonhou ter ganhado Wimbledon. Você tem bons sonhos ou pesadelos com Wimbledon?

Não sou uma grande sonhadora, para dizer a verdade. Nunca tive sonhos com Wimbledon, mas tomara que esse sonho se torne realidade um dia.

Bandeira da Tunísia no placar após vitória de Ons nas oitavas de Berlim
Bandeira da Tunísia no placar após vitória de Ons nas oitavas de BerlimAlex Xavier/Flashscore

Grama de Wimbledon é "completamente diferente"

Na coletiva de imprensa após sua vitória de virada sobre Linda Noskova (28ª), a tunisiana falou sobre seu nível de tênis, sua condição física e sobre como superar as duras derrotas em majors.

Campeã em Berlim em 2022, Ons revelou também por que a grama de Wimbledon é única. As perguntas abaixo são do Flashscore e da WTA:

• Como está seu joelho?

Meu joelho está ok por agora. Alguns dias são melhores que outros, mas acho que, após Wimbledon, vou ter que checar novamente. No saibro é ok, na grama é ok, mas ficar mudando de piso não é o melhor, então tenho que manter sob controle.

• Há um gap ainda entre o nível de tênis que você está jogando e o nível a que deseja chegar?

Acho que meio a meio. Há muitas coisas que posso melhorar, mas estou aprendendo com a experiência que você pode jogar mal e chegar a uma final – como aconteceu em Wimbledon ano passado, como também posso jogar bem e chegar a uma final. Então acho que o mais importante é se manter positiva em todos os jogos.

Uma vez que você vai para Wimbledon, é um torneio completamente diferente, é uma grama completamente diferente, mas eu gosto de jogar na grama e espero ganhar confiança antes de Wimbledon.

A tunisiana vem se mostrando em forma na grama alemã
A tunisiana vem se mostrando em forma na grama alemãProfimedia

• O WTA 500 de Berlim afirma que a grama do torneio é bem parecida com a de Wimbledon. As jogadoras não enxergam dessa maneira?

Recebi informação que há algum material subterrâneo que não pode vir da Inglaterra por um problema de alfândega. E não pode ser a mesma coisa, porque o clima é completamente diferente, não chove tanto aqui em Berlim quanto em Londres.

Se você perguntar a um jogador de futebol, ele vai te dizer que todo estádio tem uma grama diferente, e acho que nós tenistas podemos ser mais rigorosos com relação a isso porque dependemos mais do quique da bola.

Quão diferente é a grama de Berlim em relação a Wimbledon?

A bola quica mais alto aqui, há mais pedaços irregulares e você tem quiques ruins. Acho também que a grama é mais lenta, porque a bola quica mais alto. A Iga (Switek) adoraria jogar aqui (risos).

Aos 29, Ons segue ganhando experiência no tour
Aos 29, Ons segue ganhando experiência no tourAFP/Flashscore

Você sente que apenas a conquista de Wimbledon é um sucesso para sua carreira e todo o resto é um fracasso?

Se eu perguntar a qualquer tenista deste planeta 'você gostaria de chegar a três finais de Grand Slam'? Todo mundo diria que sim, e de fato fiz esta pergunta para alguns jogadores para lembrar de ser grata. Algumas tenistas nunca conseguiram o que eu consegui. E ser grato pelo que você fez é importante na vida de uma maneira geral.

Venho de um país pequeno, de um continente que sonha ganhar um Grand Slam, e é ótimo o que alcancei. Claro, é sempre difícil chegar à final e não ganhar, mas vou continuar perseguindo meus sonhos.

Aprendi que não posso ficar com medo de fracassar porque isso me dá coragem. Se eu chegar novamente à final, e falhar de novo, e me recuperar de novo, e chegar novamente a outra final, entendo isso mais como ser uma mulher forte do que qualquer outra coisa.

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