"Entendo que a frustração dos jogadores se deve à falta de coerência. Entendo que o caso dele foi basicamente resolvido no momento em que foi anunciado (terça-feira). Mas acho que já se passaram cinco ou seis meses desde que contaram a notícia a ele e a sua equipe", disse Djokovic em entrevista coletiva em Nova York, antes do Aberto dos Estados Unidos, que começa nesta segunda-feira.
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"Sim, há muitos problemas no sistema. Vemos falta de protocolos claros e uniformes", acrescentou o sérvio, que em 2019 ajudou a fundar a associação independente de jogadores PTPA.
Os dois testes positivos de Sinner para a substância proibida clostebol ocorreram em março passado, mas só foram divulgados na terça-feira, quando a Agência Internacional para a Integridade do Tênis (ITIA) inocentou o italiano no final de uma investigação.
O campeão do último Aberto da Austrália alegou que as pequenas quantidades detectadas de clostebol, um anabolizante derivado da testosterona, vieram de seu fisioterapeuta, que usou um spray de venda livre para tratar um corte em um dedo e contaminou o tenista ao massageá-lo.
Desde então, vários jogadores denunciaram um possível tratamento favorável a Sinner, que pôde continuar competindo durante o processo.
"Eu entendo os sentimentos de muitos jogadores que se perguntam se são tratados da mesma forma que os outros", disse Djokovic. "Muitos jogadores tiveram casos semelhantes e não obtiveram o mesmo resultado".
"Vamos esperar que os órgãos dirigentes do nosso esporte possam aprender com este caso e ter uma abordagem melhor para o futuro. Acho que coletivamente tem que haver uma mudança, é óbvio", acrescentou o atual campeão do US Open.
Em outra coletiva de imprensa neste sábado em Flushing Meadows, o espanhol Carlos Alcaraz disse que o caso de Sinner "é um problema muito sério" e deve haver razões desconhecidas pelas quais ele não foi sancionado.
"Há algo por trás de tudo isso que muitas pessoas provavelmente não sabem, nem eu sei", disse ele. "No final, Sinner testou positivo, mas haverá alguma razão pela qual eles o deixaram continuar jogando que não sabemos. Tampouco posso falar muito mais sobre isso".
"É um momento muito difícil para ele, com certeza", acrescentou Alcaraz, que mantém uma boa relação pessoal com o seu grande rival de geração.