US Open: Shelton é última esperança da casa para quebrar tabu de 20 anos
Shelton, número 47 do ranking, superou o compatriota Francis Tiafoe (10º) nas quartas de final na noite de terça (5) e alcançou uma semi de Grand Slam pela primeira vez na vida.
Ele busca o primeiro título da chave masculina para seu país desde que Andy Roddick derrotou Juan Carlos Ferrero na final de 2003.
Ascensão e saques meteóricos
Ben Shelton se tornou também o mais jovem americano a chegar na semifinal em Nova York desde Michael Chang em 1992.
E ele é apenas o terceiro tenista negro do país a chegar entre os quatro melhores do torneio (após Arthur Ashe e Francis Tiafoe).
Ben, que é o filho do ex-tenista Bryan Shelton, tem até aqui apenas 15 vitórias e 23 derrotas no circuito da ATP, além de três títulos de challenger – todos conquistados em 2022 na quadra rápida.
Ano passado, em seu primeiro US Open como profissional, o jovem tenista caiu na primeira rodada, quando era ainda o número 165 do mundo.
Depois de passar pelas quartas de final deste ano, ele vai entrar no top 20 do ranking mundial pela primeira vez na carreira.
Além de seu atleticismo e mão pesada, a ascenção de Shelton se deve muito ao seu saque de outro mundo. Neste US Open, seu serviço atingiu 239 km/h (apenas 5 km/h a menos que o recorde histórico de Andy Roddick).
Jejum inédito de títulos
Os Estados Unidos nunca passaram tanto tempo sem ganhar um Grand Slam no tour da ATP.
A Era Aberta se iniciou em 1968 com o domínio de Stan Smith e Arthur Ashe. Na sequência, Jimmy Connors ganhou um monte de majors antes de passar o bastão para John McEnroe.
Quando McEnroe pendurou a raquete, apenas quatro anos se passaram até que Michael Chang e Jim Courier e, principalmente, Pete Sampras e Andre Agassi dominassem o circuito.
Sampras ganhou seu último US Open em 2002 – em cima de Agassi –, e Andy Roddick parecia que assumiria o trono após vencer o título em 2003.
Mas Roddick não decolou. E, enquanto as americanas ganharam tudo no circuito feminino, os homens dos Estados Unidos nunca mais conquistaram um Grand Slam.
Quando acaba o tabu?
Como os EUA têm mais tenistas no top 50 da ATP (oito) do que qualquer outro país, parece só uma questão de tempo até que o tabu caia.
Ben Shelton, atualmente o 46º do mundo, pode acabar com a maldição neste fim de semana.
Para isso, primeiro ele precisa superar nesta sexta-feira (6) ninguém mais, ninguém menos que Novak Djokovic para garantir uma vaga na decisão.
O sérvio tem mais troféu de Grand Slam na sala do que Shelton tem de anos de vida. Mas a julgar pela performance de Djoko na terceira fase do torneio, o americano tem chance de manter vivo o sonho americano.