Dominic Thiem diz adeus ao tênis após revés em casa: que legado deixa o ex-3º do mundo?
Foi em casa que Thiem jogou o seu último torneio profissional. O ex-número 3 do mundo foi derrotado pelo italiano Luciano Darderi (42º) por 7-6 e 6-2, pela primeira rodada do ATP 500 da capital austríaca, e deu adeus ao tênis.
Ele se despede das quadras com a 318ª colocação do ranking.
Thiem venceu o torneio de Viena em 2019, naquele que foi o seu 16º título. O troféu seguinte seria o maior de todos: veio em agosto de 2020, no US Open jogado à portões fechados devido à COVID-19.
Aquele foi seu primeiro e último título do Grand Slam.
Após o seu triunfo em Nova York, o austríaco sofreu uma lesão no pulso e sofreu para achar o equilíbrio físico e mental para se manter no top 100.
Era difícil de imaginer que, quando ele virou aquela decisão épica contra Alexander Zverev no US Open, a então maior promessa do tênis mundial desceria ladeira abaixo.
Aquela conquista não tinha surgido do nada. Thiem foi vice-campeão uma vez do Australian Open (2020) e duas vezes de Roland Garros (2018 e 2019). De 2016 a 2019, só Novak Djokovic e Rafael Nadal (três vezes) o conseguiram parar no saibro sagrado de Paris.
É por isso que ele acabou rotulado como um jogador de saibro, erradamente. Afinal, foi em piso duro que ganhou não só o seu único Grand Slam, mas também o seu único Masters 1000 (Indian Wells 2019).
E foi também nesta superfície que conseguiu grandes resultados contra os melhores jogadores do mundo, incluindo os três grandes (Roger Federer na final de Indian Wells, Rafael Nadal nas quartos de final do Australian Open 2020 e Novak Djokovic nas semis do ATP Finals de 2020).
Lesão e fim precoce
Thiem foi um jogador versátil, mas que pagou caro a sua famosa lesão no pulso, sofrida em Maiorca em 2021.
O austríaco tinha acabado de cair na primeira rodada de Roland Garros para Pablo Andujar. No seu primeiro jogo de regresso após esse revés, lesionou-se no pulso contra Adrian Mannarino. A contusão foi o início dos problemas que encurtaram sua carreira.
Depois de ter terminado a temporada de 2020 como número 3 do mundo e de ter sido finalista do ATP Finals, menos de dois anos mais tarde, saiu do Top 100.
Acima de tudo, não houve mais grandes avanços, nem vitórias extraordinárias. Levaria três anos até Thiem alcançar outra final no tour — e que acabou sendo a última —, em Kitzbühel, na Aústria em 2023. Com apenas uma vitória nos últimos três anos, era altura de dizer basta. E foi isso que ele anunciou no início deste ano.
Em 2024, Dominic Thiem conseguiu apenas 5 vitórias em 21 partidas no tour.
O que resta da carreira de Dominic Thiem? Não se pode dizer que seja o melhor jogador austríaco da história, porque em termos de carisma e de resultados ele está atrás de Thomas Muster.
No entanto, o tenista de 31 anos foi um dos destaques da famosa "NextGen" que produziu Stefanos Tsitsipas, Daniil Medvedev e Alexander Zverev.
Dono de um dos últimos backhands de mão única no circuito, o austríaco deixa o ATP tour com a alcunha de "Dominador". Ironicamente, a potência que desfilava em quadra pode ter sido responsável pela lesão que arruinou a sua carreira.
Quem é que alguma vez conseguiu bater um backhand a 160 km/h só com uma mão?
Thiem acabou sendo um desperdício similar a Juan Martin del Potro, por exemplo, com a diferença de que o argentino foiatormentado por lesões ao longo de toda a carreira, enquanto o austríaco só precisou de uma para perder o ritmo.