Depois de sair do empate com Rafael Nadal em 23 Slams no Aberto da França, Djokovic, de 36 anos, será confortavelmente o grande favorito no All England Club, quando começar a defender seu título na segunda-feira.
Com o décimo título do Aberto da Austrália e o terceiro de Roland Garros já conquistados nesta temporada, um oitavo triunfo em Wimbledon deixaria Djokovic precisando apenas do Aberto dos Estados Unidos, em setembro, para igualar a conquista de Rod Laver de todos os quatro majors em 1969.
"Ele tira suas pernas, depois tira sua alma, depois cava sua sepultura, faz um funeral e você está morto. Tchauzinho, obrigado por ter vindo", disse o técnico Goran Ivanisevic quando perguntado sobre a mentalidade do sérvio em relação ao Grand Slam.
Djokovic conquistou o título em suas últimas quatro visitas a Wimbledon e não perde na quadra central desde a final de 2013.
Suas 86 vitórias só são superadas pelo agora aposentado Federer e são mais do que o restante dos 20 melhores jogadores atuais juntos.
Desses jogadores, apenas dois, Cameron Norrie e Hubert Hurkacz, chegaram às semifinais de Wimbledon.
Entre seus cinco principais rivais, nenhum passou das oitavas de final, enquanto o bicampeão Nadal está fora do restante do ano devido a uma lesão.
Um 24º Major para Djokovic o igualaria a Margaret Court no maior número de títulos de Grand Slam conquistados por um jogador.
O número um do mundo, Carlos Alcaraz, será a maior ameaça para Djokovic, especialmente porque o jovem espanhol agora tem um título inédito em quadra de grama em sua coleção, graças à sua vitória em Queen's no último fim de semana.
No entanto, Alcaraz cedeu terreno importante ao admitir que o estresse e a tensão de enfrentar Djokovic na semifinal do Aberto da França causaram as cãibras que provocaram sua derrota.
"Como um ninja"
Ivanisevic descreveu Djokovic como "inacreditável".
"Ele ainda está se movendo como um gato na quadra. Ele está lá. Como um ninja, ele está em toda parte. Ele vai encontrar algum tipo de motivação para vencer 24, talvez 25, quem sabe até o fim."
Não é de se surpreender que Alcaraz tenha tentado transferir todo o foco para Djokovic.
"Vi que Djokovic nunca perdeu uma partida na quadra central desde 2013, quando perdeu para Andy Murray - então são 10 anos, é uma loucura", disse Alcaraz, que chegou às oitavas de final em 2022 antes de cair para Jannik Sinner.
"Mas espero ter o apoio da torcida para mudar essa estatística."
Disputa feminina
Elena Rybakina, nascida em Moscou, foi a surpreendente campeã feminina em 2022.
Sua decisão de mudar para o Cazaquistão em 2018 provou ser uma decisão sábia quando todos os jogadores russos foram banidos no ano passado.
No entanto, suas chances de defender seu título com sucesso sofreram um revés por não conseguir se livrar de um vírus que forçou uma retirada antecipada do Aberto da França.
Iga Swiatek, número um do mundo e quatro vezes vencedora de grandes torneios, que está buscando seu primeiro título em Wimbledon para somar aos seus títulos nos EUA e no Aberto da França, ainda não passou das oitavas de final.
A polonesa de 22 anos chegou às semifinais de um torneio em quadra de grama pela primeira vez esta semana em Bad Homburg, na Alemanha, antes que uma suspeita de intoxicação alimentar a obrigasse a desistir.
"Preciso me cuidar. Espero ficar bem logo", disse ela.
A número dois do mundo, Aryna Sabalenka, de Belarus, banida no ano passado devido ao apoio de seu país à Rússia na guerra na Ucrânia, chegou às semifinais em 2021.
Ons Jabeur, sexta colocada no ranking, foi vice-campeã há 12 meses e foi campeã na grama em Birmingham em 2021.
Votos sentimentais para uma possível campeã feminina serão dados para Venus Williams, de 43 anos, cinco vezes vencedora, bem como para a campeã de 2011 e 2014, Petra Kvitova, a única jogadora entre as 10 melhores com mais de 30 anos.