Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Tenistas alegam "dois pesos e duas medidas" após Sinner escapar de gancho por doping

Sinner foi reprovado em dois testes no início deste ano
Sinner foi reprovado em dois testes no início deste anoSam Greene / The Cincinnati Enquirer / USA TODAY Sports
Nick Kyrgios e Denis Shapovalov estão entre os tenistas que reclamaram da falta de punição a Jannik Sinner, nesta terça (20), depois que o número 1 do mundo caiu no doping.

O italiano testou positivo para clostebol - uma substância proibida - em Indian Wells em março. Baixas quantidades da substância foram encontradas em seu sistema novamente após outro teste, dias depois, mas o jogador de 23 anos contestou com sucesso as suspensões provisórias.

Sinner perdeu os 400 pontos no ranking e os US$ 325 mil em prêmios em dinheiro ganhos pela semifinal de Indian Wells, mas está livre para competir no US Open, o último Grand Slam do ano.

A Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) informou na terça-feira que um tribunal independente considerou Sinner inocente, já que o contato com o clostebol foi involuntário. Ele teria sido contaminado pelo fisioterapeuta, que usou um spray com a substância em seu dedo machucado antes de massagear o tenista.

Reclamações

Shapovalov, ex-top 10, foi um dos que rapidamente sugeriram que o italiano recebeu tratamento diferente das autoridades.

"Não consigo imaginar o que todos os outros tenistas que foram banidos por substâncias contaminadas estão sentindo agora", escreveu o canadense nas redes sociais. "Regras diferentes para jogadores diferentes".

"Quer Sinner estivesse se dopando ou não, isso não está certo", escreveu o tenista britânico Liam Broady em uma postagem nas mídias sociais. "Muitos jogadores passam pela mesma coisa e têm que esperar meses ou anos para que sua inocência seja declarada. Não é uma boa aparência."

A ITIA, um órgão independente estabelecido em 2021 pelos órgãos dirigentes do esporte, disse que consultou especialistas que concluíram que a explicação de Sinner era confiável e, portanto, não se opôs a seus recursos para suspender as suspensões provisórias.

A britânica Tara Moore, que foi afastada por 19 meses por não ter passado em um teste antes de ser inocentada no ano passado, também chiou.

"Acho que apenas as imagens dos melhores jogadores são importantes", postou Moore. "Acho que somente a opinião do tribunal independente sobre os melhores jogadores é considerada sólida e correta. No entanto, eles os questionam em meu caso. Simplesmente não faz sentido."

O australiano Nick Kyrgios foi outro a criticar a decisão.

"Ridículo - seja acidental ou planejado", disse o finalista de Wimbledon de 2022 nas mídias sociais. "Você é testado duas vezes com uma substância proibida (esteroide)... deveria ficar fora por dois anos."

Tenistas melhores têm menos problemas

Em um dos casos emblemáticos mais recentes no tênis, a romena Simona Halep, campeã em Wimbledon, foi suspensa provisoriamente em outubro de 2022 e depois banida por quatro anos por duas violações distintas das regras antidoping. No entanto, a pena foi reduzida para nove meses em março, após um recurso no Tribunal Arbitral do Esporte.

A Associação de Jogadores de Tênis Profissionais (PTPA), criada por Novak Djokovic e Vasek Pospisil em 2020, disse que era preciso haver consistência no sistema.

"Os jogadores que ganham recursos contra violações antidoping geralmente são bons", disse Ahmad Nassar, diretor executivo do grupo de defesa dos tenistas.

"Mas temos que ter processos claros e consistentes para todos os jogadores. Sejam eles ranqueador em 1º, 100º ou 1000º, homens ou mulheres. A ausência de um sistema claro e consistente cria problemas óbvios para os jogadores que não têm a classificação, o gênero e/ou a nacionalidade de sua preferência", acrescentou.

A decisão sobre Sinner ainda está sujeita a possíveis recursos por parte da Agência Mundial Antidoping ou da Agência Italiana Antidoping.