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Tensão entre F1 e FIA cresce após discussão sobre compra da categoria

Tensão entre F1 e FIA cresce após discussão sobre compra da categoria
Tensão entre F1 e FIA cresce após discussão sobre compra da categoriaProfimedia
A Fórmula 1 está mais uma vez envolvida em uma disputa política. A situação ficou em evidência na semana passada, com as tensões entre a entidade que rege o esporte, a FIA e seus proprietários, a Liberty Media.

A F1 está vivendo um ressurgimento de popularidade, alimentada pelas façanhas de seus principais pilotos, Lewis Hamilton e Max Verstappen. Além disso, há uma base de fãs em expansão impulsionada, em parte, pelo sucesso da série "Drive to Survive", da Netflix.

No entanto, o suposto interesse saudita em adicionar a Fórmula 1 ao seu crescente portfólio esportivo, além do LIV Golf e do Newcastle, da Premier League, desencadeou uma disputa que ameaça a temporada de 2023. Restam apenas algumas semanas até a corrida de abertura, no Bahrein.

Foi um tuíte do presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, na segunda-feira (23), que despertou a indignação da Liberty Media.

"Inaceitável"

Ben Sulayem descreveu uma reportagem da Bloomberg de que o Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita tentou e não conseguiu comprar a F1 por US$ 20 bilhões de dólares como "um preço inflado sendo colocado na F1".

Apesar do site motorsport.com sugerir que uma oferta saudita estava acima do valor de mercado, a opinião de Ben Sulayem gerou uma resposta furiosa da Liberty Media.

A empresa sediada no Colorado, que assumiu o controle dos direitos comerciais da cateogria por US$ 4,4 bilhões de dólares (R$ 22,4 bilhões) em 2017, chamou os comentários de Ben Sulayem de "inaceitáveis".

Uma carta enviada à FIA disse que as observações "ultrapassam os limites do mandato da FIA e de seus direitos contratuais". Ainda seguiu com uma ameaça - que a FIA "pode ser responsabilizada" por qualquer dano ao valor da Liberty.

Uma fonte do paddock citada pelo motorsport.com sugeriu que a carta significava "guerra aberta" entre os dirigentes da FIA e o detentor dos direitos comerciais.

Em suas postagens no Twitter, Ben Sulayem, ex-piloto de rali que sucedeu Jean Todt como presidente da FIA em 2021, escreveu que "qualquer potencial comprador é aconselhado a usar o bom senso, considerar o bem maior do esporte e apresentar uma visão clara e um plano sustentável - não apenas muito dinheiro".

Ele acrescentou: "É nosso dever considerar qual será o impacto futuro para os promotores em termos de aumento das taxas e outros custos comerciais (no caso de tal venda)."

A Liberty revidou, no que a BBC chamou de "uma escalada dramática no relacionamento tenso entre a F1 e a FIA que ficou evidente durante os 13 meses de presidência de Ben Sulayem".

Em termos diretos, Liberty disse para Sulayem parar de se intrometer em assuntos que não lhe diziam respeito.

Divergências antigas

O confronto da semana, embora de longe o mais sério, ocorre após uma série de desentendimentos entre os dois órgãos desde que Ben Sulayem assumiu o posto máximo do automobilismo.

Entre eles estava a forma como a FIA lidou com o drama da última volta da temporada de 2021 em Abu Dhabi, onde Verstappen controversamente terminou como campeão sobre Hamilton, um aparente bloqueio inicial de mais corridas sprint e a publicação do calendário recorde de 23 corridas sem um conhecimento prévio da entidade.

A briga evocou memórias do impasse entre Bernie Ecclestone, ex-proprietário da F1, e a FIA, comandada por Jean-Marie Balestre, na década de 1980.