Treinador do mês aos olhos dos analistas: Erik ten Hag
Erik ten Hag assumiu o Manchester United no verão europeu e, embora a grande maioria dos especialistas tenha dado a dica de que o time terminaria em quinto ou sexto lugar na tabela da Premier League, o excelente desempenho e resultados dos Reds colocaram o time em terceiro lugar, onde eles provavelmente ficarão pelo resto da temporada. Nossos estudos dizem que eles possuem 85% de chances de manter a posição dentro da zona de classificação para a Champions League. As chances de título beiram os 3%.
Pressão híbrida que deu certo
O United teve uma grande quantidade de jogos em fevereiro. Foram partidas a mais que seus rivais na Premier League. Isso porque, no final de janeiro, eles ainda estavam em todas as competições de copas. Primeiramente, eles haviam conseguido avançar para a final da Copa da Liga. Duas semanas depois, enfrentaram o Barcelona pela Liga Europa.
Contra o time catalão, o United optou por uma estratégia de controle do meio de campo, com os jogadores defendendo tanto individualmente como por zona. Neste sistema, Erik ten Hag tem uma especialidade que não é vista com freqüência.
A maior parte dos times deixa seu melhor marcador, muitas vezes um homem de meio de campo, ficar por conta da maior ameaça do adversário. Isso significaria dobrar a marcação em cima de Lewandowski, contra o Barcelona. Mas Hag preferiu deixar um dos seus alas com esta função, dando a Casemiro um papel livre. Desta forma, o brasileiro defende onde quer que esteja, sendo ainda mais importante.
A partida de ida terminou em 2 a 2. Mas, de acordo com o modelo matemático de gols esperados, o Manchester United criou muito mais chances e deveria ter vencido o jogo.
Uma vitória de 3 a 0 sobre o Leicester na Premier League foi seguida de uma vitória em casa sobre o Barcelona de Xavi Hernandez. Nesta encontro, o espanhol provou o grande treinador que é. O United tende a anular os adversários em um dos lados do campo, sobrecarregando um grande número de jogadores onde quer que a bola esteja.
Para contrariar isso, Xavi fez prevalecer seu time na área verde do campo (veja abaixo), atraindo os jogadores do United como uma espécie de ímã.
Eles então trocaram a bola com muita velocidade relâmpago e, principalmente através dos pés de Frenkie de Jong (25), abrindo espaço para Alejandro Balde (19). Os dribles de De Jong e Balde foram uma arma enorme para o Barcelona naquele jogo e ambos dominaram o primeiro tempo.
Leitura de jogo
A resposta de Ten Hag veio na forma de uma substituição no intervalo, colocando em campo sua mais criticada no lugar do atacante Wout Weghorst (30). A chegada de Antony (23), por 95 milhões de euros, repercutiu amplamente entre os torcedores como dinheiro gasto em excesso em um jogador que não tem tanto impacto ofensivo. Entretanto, o brasileiro tem uma força que muitos subestimam: a brilhante tomada de decisões quando realiza um papel defensivo.
No mesmo sistema, Antony facilitou o trabalho de Casemiro ao ser capaz de defender De Jong e ajudar Aaron Wan-Bissaka (25) a marcar Balde. De Jong foi deslocado para a ala, como você ser visto na imagem acima. Mas isso não foi útil para Barcelona, que conseguiu um único chute a gol após o intervalo.
Graças a este ajuste tático, o United superou uma das melhores equipes do mundo. Além disso, alguns dias depois, eles tiveram a final da Copa da Liga, jogando em Wembley, onde enfrentaram um perigoso Newcastle United.
Casemiro, a peça-chave
Sabendo que o time tinha um jogo duro contra o Barcelona e que o Newcastle jogava um futebol fisicamente exigente com transições rápidas para o ataque, Ten Hag criou uma estratégia para eliminar a ameaça pelos lados do Newcastle.
Ofensivamente, o objetivo era ganhar bolas no meio do campo e dá-la a Marcus Rashford (25) e Antony. O Newcastle tinha posse de bola superior e criou várias chances, mas o United converteu a chance que teve antes do fim do primeiro tempo e foi para o intervalo vencendo por 2 a 0.
No segundo tempo, o técnico do Newcastle, Eddie Howe, colocou em campo o atacante Alexander Isak (23) e mudou a formação para um 4-4-2. ten Hag respondeu, abaixando suas linhas. Fred (29) e Bruno Fernandes (28) marcaram Joelinton (26) com Bruno Guimarães (25), enquanto Casemiro se movimentou no espaço, em frente aos zagueiros centrais, para evitar que os jogadores adversários os superassem em número.
O meio-campista brasileiro fez outra atuação fantástica e graças à sua forte contribuição, o United controlou o jogo de forma defensiva e só permitiu ao Newcastle uma chance significativa no restante da partida.
No campeonato, deve-se ressaltar que a equipe de ten Hag não perdeu uma única vez em fevereiro e conquistou 10 pontos em quatro jogos, mesmo tendo perdido seu principal jogador, Casemiro, em três deles, devido a uma suspensão.
Houve alguns buracos extras na defesa durante estes jogos, mas o goleiro David de Gea (32) teve um excelente desempenho nos momentos importantes e a linha ofensiva do United, liderada por Rashford, foi brilhante. Considerando os dados e os pontos associados feitos acima, é justo dizer que ten Hag - nosso técnico do mês - fez um excelente trabalho no United em fevereiro.