A dupla brasileira entrou em quadra já com a prata garantida, fazendo o Brasil recuperar presença no pódio da modalidade depois de passar em branco nos Jogos de Tóquio.
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A missão, agora, era ir além e voltar a fazer o vôlei de praia brasileiro a conquistar um ouro, que tinha aparecido pela última vez na Rio 2016, com Bruno e Alison. No feminino, a meta era voltar ao lugar mais alto do pódio depois de 28 anos. O último ouro tinha sido confirmado em apenas uma oportunidade, em Atlanta 1996.
Nervosismo e virada
O começo de jogo foi todo das canadenses, eficientes na virada de bola e nos contra-ataques. O 7 a 2 contra fez as brasileiras logo pedirem um tempo técnico para reajustar o cenário. Humana-Paredes e Wilkerson seguiram firmes na proposta de pressionar o Brasil, usando das bolas de segunda como importante arma para manter importante diferença no placar.
Com o nervosismo ficando pra trás, o Brasil começou a contar com erros das canadenses para colar no marcador e diminuir a margem das oponentes para apenas um ponto, antes do empate e da suada virada ser confirmada no 18 a 17.
A troca de pontos foi constante, fazendo a parcial ir além dos 21 pontos, com set points aparecendo para os dois lados.
Veja como foi Ana Patrícia/Duda x Humana-Paredes/Wilkerson
No segundo set, já dentro do jogo, o Brasil não precisou correr atrás do placar, conseguindo trocar pontos e se manter confiante no confronto. Na metade da parcial, o Canadá conseguiu abrir três pontos para voltar a pressionar as brasileiras. O 17 a 11 que veio em seguida fez o tie-break ser inevitável.
O tie-break foi tenso, como era de se esperar. Logo no início, o Brasil abriu três pontos, que poderiam ser decisivos poucos minutos depois. A diferença subiu para cinco para deixar o ouro mais próximo. Sem se desesperar e indo bem na virada de bola, a dupla brasileira fez bem o que era preciso para jogar a pressão para o outro lado. Discussões na reta final apimentaram a final, que foi decidida a favor da dupla líder do ranking mundial.
“É tanta coisa passando na cabeça ao mesmo tempo. É uma realização que não cabe dentro de nós. Trabalhamos muito para isso. Fico feliz de termos realizado nosso sonho em um estádio icônico. Sabemos da nossa responsabilidade. O fato de sermos líderes do ranking e favoritas não mudou nada. Do primeiro ao último jogo procuramos fazer o nosso melhor porque o ranking não seria o responsável por ganharmos as partidas”, analisou Ana.
Medalhas brasileiras no vôlei de praia nas Olimpíadas
1996 - Jaqueline/Sandra (ouro) e Mônica/Adriana (prata)
2000 - Adriana/Shelda (prata), Zé Marco/Ricardo (prata) e Sandra/Adriana (bronze)
2004 - Ricardo/Emanuel (ouro) e Adriana/Shelda (prata)
2008 - Fabio/Márcio (prata) e Ricardo/Emanuel (bronze)
2012 - Alison/Emanuel (prata) e Juliana/Larissa(bronze)
2016 - Bruno/Alison (ouro) e Ágatha/Bárbara (prata)
2024 - Ana Patrícia/Duda (ouro)