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Sonhos Olímpicos: Leal quer deixar "quadra falar" em última chance de medalha

Daniel Ottoni
Leal sabe que Paris deve ser sua última participação olímpica
Leal sabe que Paris deve ser sua última participação olímpicaFIVB
Nesta segunda (15), o Flashscore começa uma série de entrevistas com atletas que vão representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. 

Em cada um deles, vive um desejo diferente e também parecido. Para quem já é medalhista olímpico, um ouro é muito bem-vindo. Para quem ainda não chegou lá, o sonho de um pódio o abastece para desempenhar seu melhor papel em Paris.  

Na primeira entrevista desta série, entrevistamos Yoandy Leal, ponta cubano naturalizado brasileiro que defende a Seleção de vôlei. 

Leal quer usar Brasil com seu poder de definição no ataque
Leal quer usar Brasil com seu poder de definição no ataqueFIVB

Ser uma das maiores referências da Seleção Brasileira masculina de vôlei ainda é insuficiente para ele. Aos 35 anos, Leal sabe que está diante da sua última participação em uma Olimpíada. Seu foco, individual e coletivamente, é um só: conseguir uma medalha. 

"É minha última chance. Fui campeão de muita coisa, mas ainda falta uma medalha olímpica. Estou ansioso e espero ajudar o time", comenta. 

Os Jogos Olímpicos vão acontecer entre 26 de julho e 11 de agosto, com o Brasil estreando no dia 27, contra a Itália, antes de pegar Polônia (no dia 31) e o Egito (no dia 2). 

"Acho que o Brasil sempre esteve no mesmo nível das principais potências como Polônia, Itália e França. Temos condições de chegar longe e a quadra vai dar sua última palavra", acredita. 

Comandante inspirador

Ao seu lado, ele terá o técnico Bernardinho, uma figura que o inspira para, juntos, terminarem no pódio parisiense. "O retorno dele está sendo muito importante, ele acrescenta experiência e traz coisas diferentes. Ele é um grande treinador, estou muito motivado em trabalhar com ele. Muitos do elenco já o conhecem bem, outros ainda não. Acho que nosso time tem tudo para ir bem com o Bernardinho", projeta. 

Leal com a camisa do Piacenza, da Itália
Leal com a camisa do Piacenza, da ItáliaDivulgação

Quarentena fez medalha escapar

Fazer parte da mesma geração de companheiros que são medalhistas olímpicos não deu ao cubano naturalizado brasileiro este privilégio.

Enquanto o ouro de 2016, no Rio de Janeiro, acontecia, Leal era um "recém-brasileiro", que ainda esperava para poder defender o Brasil. A cidadania veio em 2015, quando já vivia grande fase no Cruzeiro, mas foi preciso esperar por quatro anos. 

Dois anos foram necessários para conseguir a liberação das federações brasileira, cubana e também internacional. Depois, precisou cumprir mais dois anos de "quarentena", uma vez que ele já havia defendido Cuba. 

O jeito foi esperar e, a partir da sua entrada, somente em 2019, buscar seu maior objeto de desejo. Se a medalha não vier, ele terá que aprender a lidar com uma despedida um pouco frustrante e seguir firme nos próximos anos de carreira. 

Leal esteve nos Jogos de Tóquio, em 2021, sentindo o sabor amargo da derrota para a Argentina na disputa do 3° lugar. A tão sonhada medalha escapou por pouco em duelo decidido no tie-break.

"Foi um aprendizado, chegamos jogando bem e essa medalha não veio. Acho que faltou sorte, tivemos o jogo nas mãos. A mentalidade em Paris será outra, a vontade será maior e os mesmos erros não podem se repetir", pede.