Vôlei: Filho de Marcelo Mendez aproveita chance na Argentina
Parte da dívida foi paga agora em Gdansk, na Polônia, sede da fase final da Liga das Nações de vôlei masculino (VNL). Nesta quarta-feira, os hermanos foram eliminados nas quartas de final ao caírem para a Itália por 3 a 0 (25-17, 25-13 e 25-14).
O sentimento dentro do torneio poderia ter sido melhor, mas ficou de bom tamanho para Juan, que preferiu se aposentar das quadras para se dedicar ao cargo de treinador.
A missão no Club San Fernando, de Buenos Aires, comandando os times profissional, sub-19 e sub-17, precisou ser deixada de lado quando recebeu um chamado irrecusável: Juan foi convidado pelo pai para integrar a comissão técnica da seleção da Argentina, tendo a função de ser o estatístico do elenco que foi medalha de bronze na última edição da Olimpíada.
Confira os resultados da VNL
"Deixei tudo sem pensar duas vezes. Não sei quantas vezes na minha vida vou ter a oportunidade de trabalhar na Seleção Argentina e de aprender com quem é, para mim, o melhor treinador do mundo", comenta Juan.
Antes de assumir, ele trabalhou no time da seleção sub-19, que disputa a segunda divisão da liga local, tendo uma importante experiência antes de um passo mais alto.
"Fiquei surpreso com o convite. Sempre quis jogar para o time do meu pai, mas por questões técnicas não consegui. Quando me ofereceu trabalhar para ele foi um orgulho. Isto aqui está sendo como saldar uma dívida com o Juan adolescente / jogador", revela.
Indicação sim, mas com critério
Naturalmente que muitos podem pensar que Juan está no lugar de hoje por causa do seu pai. Ele não nega tal fato, mas faz questão de lembrar de um detalhe.
"A realidade é que eu tenho essa oportunidade por ser filho de Marcelo Mendez, se alguém pensar assim está certo. Só não estaria certo se pensar que não estou preparado. Está em mim demonstrar que estou à altura das circunstâncias e ajudar o meu pai em tudo que ele precisar", conta.
Conhecedor (e admirador) do pai, Juan tem a chance de ter, no seu trabalho, a chance de estar ao lado do pai, um espelho na sua forma de agir e pensar.
"Sempre o acompanhei muito. Nunca oficialmente, mas sempre convivi muito com todas as comissões que ele fez parte. Desde que sou muito novo, ajudo nos treinos e compartilho momentos. Agora que faço parte de sua comissão, pode ser que me cobre mais, mas sempre me orientando para fazer as coisas da melhor forma possível", pontua.
Até segunda ordem, Juan segue na função até o final do ano, revezando-se nas viagens com outros dois profissionais da federação. A seleção ainda tem o Pré-Olímpico e o Pan-Americano para disputar em 2023.