Segundo William, quando a Superliga estava na sua fase de quartas de final, ele recebeu proposta do Sesi (SP), maior adversário do Cruzeiro no período. A oferta foi colocada em cima da mesa, pelo jogador, à diretoria azul, que fez pouco caso da situação.
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"Eles me disseram que eu estava blefando. Falei que não queria sair, me sentia em casa, já tinha até comprado terreno na região de BH, a diretoria sabia e acho que tentaram se aproveitar disso. Parecia uma brincadeira, eu era campeão olímpico, com uma longa trajetória no vôlei. "Eu não precisava blefar pra ter uma valorização, não tinha necessidade de fazer leilão. Fui lá e assinei com o Sesi", lembra William.
O diretor esportivo do Cruzeiro, Flávio Pereira, foi procurado pela reportagem do Flashscore e negou veementemente o que foi relatado. "Durante todos os anos que estou no projeto, nunca negociei diretamente com jogador. Ele nunca falou diretamente comigo sobre este assunto, não entendi porque ele mentiu. As conversas são sempre com os agentes. Ele jamais ouviria isso de mim, sempre prezei pelo respeito máximo com os atletas.
"O agente me passou a proposta e não tivemos como igualar, nossa realidade não permitia, simples assim. Não duvidei de nada, ele tinha o desejo de sair do projeto e sigo sem entender o motivo dessa polêmica. Lamento muito o comentário, sempre fui ético e honesto com atletas e agentes. O clube sempre deu a ele uma grande estrutura e só posso desejar sorte na sequência da sua carreira. Jamais o trataria da forma como ele relatou", comenta Flávio.
Martelo batido
Ainda segundo William, a surpresa do diretor veio quando o time foi campeão da Superliga ao final da temporada. Na volta olímpica, William foi abordado pelo dirigente, que sugeriu uma renovação de contrato."Fui tratado como moleque e não como alguém que era de casa. Tinha filho nas costas, mais de 30 anos de idade.
Coloquei a proposta na mesa deles e nada aconteceu. Aquilo foi a gota d´água, os valores não eram tão diferentes assim. Eles achavam que eu não iria, mas a decisão já estava tomada", conta. A proximidade da família também pesou para o retorno à capital paulista.
A diretoria cruzeirense também nega essa versão, uma vez que já havia sido acertada a contratação do levantador argentino Nicolas Uriarte um mês antes da decisão.
O susto foi grande também do então técnico Marcelo Mendez, que lamentou William não ter ido ao seu encontro para falar sobre a situação. Desde a saída do Cruzeiro, William segue sendo um dos melhores da sua posição, mas ainda faltando o título da Superliga que se acostumou a ganhar com a camisa azul.